Se leu a nossa análise, então sabe que gostámos imenso da versão OLED da Nintendo Switch. Embora não represente um melhoramento em termos de desempenho dos videojogos, inclui o dobro do armazenamento, a base suporta cabos ethernet, e o suporte para o modo de superfície estável é consideravelmente superior. Mas o melhor mesmo é o novo ecrã OLED de sete polegadas, com cores mais vibrantes e uma qualidade de imagem superior. A experiência portátil de jogo torna-se assim ainda mais agradável do que com a Switch original e a Switch Lite, mas ter um ecrã destes só para jogar é um desperdício, e a Nintendo tem de fazer mais e melhor para com os seus utilizadores.
Um ecrã desta qualidade implora por suporte para plataformas de streaming como Netflix, Disney+, HBO, e Amazon Prime. Verdade, tem o Youtube, mas nem sequer suporta Twitch, que é a maior plataforma de streaming para videojogos. Ainda assim, o Youtube mostra-nos o melhoramento da qualidade de imagem para vídeo em comparação com as versões anteriores da consola, e isso só torna ainda mais frustrante a inexistência das outras aplicações.
O facto da bateria ser superior na versão OLED significa que também poderíamos assistir às nossas séries favoritas, ou a streams de videojogos, durante mais tempo. Isso, aliado ao delicioso ecrã de sete polegada, poderia tornar a Switch OLED numa fantástica máquina portátil de entretenimento, em vez de ser simplesmente uma consola de videojogos.
Não faz sentido de outra forma. Sejam tablets ou smartphones, todos os dispositivos deste tipo hoje em dia suportam aplicações de entretenimento, e a esmagadora maioria nem sequer apresenta um ecrã da qualidade da Nintendo Switch. O facto da consola incluir um novo suporte ajustável para o modo de superfície implica que até pode ser posicionada para melhor visionamento numa mesa, numa cadeia, num tabuleiro de um avião, ou numa cama, por exemplo, algo que não é possível fazer com a maioria dos smartphones.
É imperativo que a Switch melhore o seu suporte para aplicações de entretenimento e streaming, porque só Youtube e Pokémon TV não chegam. Sim, é verdade que não suporta dados móveis, o que significa que só seria possível aceder ao conteúdo de entretenimento num local que tenha internet sem fios, mas existe outra forma de resolver esse problema. O Netflix, por exemplo, permite descarregar as séries para o armazenamento do dispositivo, e o mesmo podia ser feito com a Switch, garantindo acesso às séries mesmo sem internet.
Outras aplicações em falta na Switch dizem respeito a banda desenhada. Graças a aplicações como InkyPen e Izneo, é possível aceder a alguma banda desenhada e mangás, mas as duas principais editoras de banda desenhada - Marvel e DC Comics - não estão incluídas, e tudo porque a Switch não suporta a aplicação mais popular de banda desenhada, o Comixology. O ecrã OLED é fantástico para ler banda desenhada digital, como aliás já foi provado pelas aplicações InkyPen e Izneo, mas é preciso que a Nintendo estenda o suporte a outras aplicações e editoras.
A Nintendo Switch é uma fantástica consola de videojogos, sobretudo pela sua portabilidade, e essa realidade só saiu reforçada com o lançamento da versão OLED. Mas existe potencial para ser muito mais do que uma consola e tornar-se num dispositivo portátil de entretenimento de grande qualidade. Infelizmente a Nintendo continua a não trabalhar na inclusão de mais aplicações, negando aos seus consumidores acesso às aplicações de séries, filmes, streaming de jogos, e banda desenhada, mais populares do mundo. Esperemos que o lançamento da OLED motive a Nintendo a fazer mais neste departamento, porque caso contrário a Switch nunca irá alcançar o seu verdadeiro potencial enquanto dispositivo de entretenimento.