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Final Fantasy VII: Remake

Final Fantasy VII: Remake - Antevisão da Jogabilidade

É o remake mais esperado de todos os tempos, resta saber se irá corresponder às expetativas.

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É inevitável que um meio de entretenimento como os videojogos gere expetativas, o tão desejado "hype" que alimenta a indústria, e ainda bem que assim é, porque é sinal de que existe grande paixão entre os fãs deste meio. Se esse entusiasmo é fantástico quando é correspondido, o inverso também é verdade, e ninguém gosta de uma desilusão. Por vezes, contudo, esse entusiasmo atinge níveis tão elevados que se torna quase impossível para o jogo corresponder a tudo o que se espera dele, e dificilmente houve um remake tão esperado quanto este de Final Fantasy VII. O original, de 1997, é um dos jogos mais amados de todos os tempos, um RPG que encantou, chocou, e surpreendeu jogadores de todo o mundo. Para muitos, é ainda o melhor Final Fantasy.

Mas depois de muitos avanços e recuos, estamos agora a pouco mais de um mês do lançamento, marcado para 10 de abril e em exclusivo para a PlayStation 4 (aparentemente só será exclusivo durante um ano, mas isso é conversa para outra altura). Além disso, convém não esquecer que esta é apenas a primeira parte de Final Fantasy VII, já que a Square Enix decidiu dividir o jogo em capítulos de forma a não ter de cortar nada, e mais, até acrescentou conteúdo.

Com o jogo praticamente pronto, a Square Enix decidiu convidar-nos para uma sessão de jogabilidade, não de 20 minutos, como já tinha acontecido, mas de três horas, permitindo-nos experimentar diferentes partes do jogo. Experimentámos os capítulo 1, 2, 7, e 10, o que nos ofereceu uma boa ideia do que podemos esperar do remake, mas o melhor é mesmo começar pelo início.

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O remake arranca de forma semelhante ao original, com Cloud e o grupo eco-terrorista da Avalanche a atacarem a estação de comboios próxima do Reactor Mako 7, que é o equivalente a um reator nuclear no universo de Final Fantasy VII. Os primeiros momentos são um estranho misto de familiaridade e espanto, já que a situação e os diálogos são reconhecíveis, mas o grafismo e os níveis de produção são completamente diferentes. Final Fantasy VII: Remake foi construído com o Unreal Engine 4, e o resultado é impressionante, mostrando uma capacidade gráfica de luxo.

Eventualmente conseguimos destruir o reator, tal como no original, mas o que nos surpreendeu foi o que veio acontecer, nas ruas de Midgar. A cidade apresenta um nível de detalhe e vida que vimos em poucas ocasiões, com cidadãos em pânico pelo que se está a passar com o reator. Não é para menos, considerando que várias casas estão a arder e o próprio chão está a rachar como consequência das ações do grupo. Estamos, afinal de contas, a falar de um grupo terrorista, e a moralidade do que Cloud e a Avalanche estão a fazer é apresentada em tons de cinza, muito mais do que nos tínhamos apercebido quando jogámos o original. A situação é ainda reforçada com uma versão trabalhada de The Promised Land, uma melodia melancólica de Final Fantasy VII: Advent Children.

No original o passeio pelas ruas de Midgar era bastante curto, mas esta versão apresenta uma área de jogo muito maior, que pode facilmente 'roubar' 30 a 40 minutos do jogador. A cidade parece ser massiva, e permite apreciar algumas vistas impressionantes, com algumas referências a Crisis Core e a Advent Children para os fãs mais atentos. Final Fantasy VII tornou-se mais que um único jogo, expandindo para uma prequela e um filme, e isso não foi esquecido pelo remake.

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A segunda parte da nossa sessão com o jogo não foi tão entusiasmante como a primeira, focando-se no ataque ao outro reator, desta vez ao controlo de Tifa. O cenário era essencialmente composto por corredores lineares, e o grosso da jogabilidade envolveu procurar por cartões magnéticos para avançar. Não é a experiência de jogo mais entusiasmante que tivemos, mas os diálogos entre Cloud, Tifa, e Barrett acrescentam um excelente espírito à sequência. O guião faz jus ao textos do original, e o desempenho dos atores é fantástico, com particular destaque para Cody Christian, que captura a postura algo arrogante de Cloud com perfeita perícia.

O combate também ajudou a ultrapassar uma sequência de jogo que podia ser terrivelmente aborrecida e repetitiva. Alternar entre as personagens é intuitivo, permitindo manter um ritmo sempre constante de jogo, mas cada uma delas apresenta características bem vincadas, não só em termos de habilidades, mas também de comportamento e peso. A espada massiva de Cloud, por exemplo, passa exemplarmente a sensação de peso, contrabalançando com a agilidade de Tifa. O sistema de combate em si é um misto turnos com ação em tempo real, e tal como no original, cada personagem tem de arrecadar pontos de ação para usar habilidades, momento em que aparece um menu e o tempo abranda. É um sistema que funciona bastante bem, e que parece um misto entre o original, Final Fantasy XII, e Crisis Core.

Esta segunda secção acabou com uma batalha contra um robô gigante, mas antes disso tivemos a oportunidade de assistir a uma sequência cinemática com o presidente Shinra, um dos antagonistas do jogo que serve também de referência para Crisis Core e Advent Children. Nesta sequência, Shinra refere que os membros do grupo de elite SOLDIER irão envelhecer e morrer mais rápido que os humanos normais, o que é uma referência direta aos conflitos internos de Genesis e Angeal da prequela, o que significa que existe realmente também muito de Crisis Core para apreciar aqui.

Quanto à batalha em si com o boss, proporcionou-nos um desafio bastante razoável, além de ter também permitindo o primeiro vislumbre de uma invocação, o Leviathan. Cada criatura invocada tem os seus próprios comandos, que também requerem pontos de ação, mas só consegue estar no campo de batalha durante um certo período de tempo. Antes de saírem, contudo, realizam o seu golpe mais poderoso, que no caso de Leviathan é uma espécie de mini tsunami.

O que também deu grande emoção à batalha foi a banda sonora. Nobuo Uematsu parece ter feito um trabalho realmente magnífico na composição do remake, apresentando versões frescas e modernas de velhos clássicos que aprendemos a adorar. Como as outras duas secções que jogámos são bem mais avançadas, não vamos entrar em grandes pormenores, mas podemos dizer que visitámos os esgotos de Midgar e ainda enfrentámos outro boss. Mais interessante ainda foram as sequências cinemáticas, que parecem trabalhar ainda mais o triângulo amoroso entre Cloud, Aerith, e Tifa, e o facto de tudo isto incomodar sobremaneira Tifa.

Se estas três horas de jogo servem de exemplo, este remake promete ser um trabalho de grande amor misturado com níveis de produção estratosféricos e um talento acima da média. É o Final Fantasy VII que sempre adorámos, mas modernizado, não só em termos de grafismo e som, mas também ao nível da jogabilidade e da forma como aborda certos temas. A repetição de algumas secções preocupa-nos ligeiramente, mas esperamos que sejam exceções à regra. Se for o caso, Final Fantasy VII: Remake pode voltar a abanar a indústria tal como o original o fez há 23 anos.

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