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Alfred Hitchcock - Vertigo

Alfred Hitchcock - Vertigem

Estamos enfrentando uma revisão do filme do gênio do suspense, mas seu videogame fará jus ao filme?

HQ

Lembra-se do filme vertigem de Alfred Hitchcock de 1958? Infelizmente ainda não pude vê-lo, mas o que sei é que é amplamente considerado um clássico do cinema e também um dos melhores filmes do diretor. No filme, James Stewart teve que ficar de olho em uma magnífica Kim Novak enquanto ela superava sua vertigem (você entendeu?). Claro, é hitchcock de quem estamos falando, e não ia ser tão simples: as cenas de suspense, a música, a tensão romântica... intriga em seu melhor.

Além disso, no videogame desenvolvido pela Pendulo Studios, o personagem principal é Ed Miller, um escritor de novelas norte-americano que vive no meio do campo, onde ele está constantemente procurando inspiração. O jogo começa com uma cena em que um acidente de carro leva o protagonista a desenvolver certos problemas psicológicos que o impedem de viver sua vida normalmente. A partir deste ponto, através da terapia, teremos que descobrir se tudo o que aconteceu com Ed é real ou apenas parte de sua imaginação. Como no filme, nesta revisão da história, nem tudo é o que parece. Teremos que ter muito cuidado para não perder nenhum detalhe e resolver o enigma.

Alfred Hitchcock - Vertigo
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Além do preto e branco

Pendulo Studios realizou uma revisão completa do filme clássico, que inclui, claro, que agora se passa na era dos smartphones e redes sociais, e isso afeta a trama. Há inúmeros acenos ao clássico que ele adapta, como cenas que mudam para preto e branco ou a aparência do lendário diretor. Além disso, há imitações dos hábitos dos últimos filmes de Hitchcock em que, farto de espectadores estarem mais preocupados em encontrá-lo no palco do que em seguir a trama, ele sempre apareceria nos primeiros quadros.

Devo dizer que não sou um grande fã do estilo de arte que pendulo studios mostrou em seus últimos trabalhos. Suas representações são ásperas, com modelagem facial que visa a humanização extrema, a fim de apreciar melhor os estados inquietos dos personagens principais, mas eles não são executados bem em tudo, e às vezes carecem de alma ou personalidade. Isso pode ser visto de uma forma muito significativa nas animações, que não parecem naturais e me levam a pensar que às vezes eles não escolheram corretamente as perspectivas da cena, com base nos recursos que eles têm.

Alfred Hitchcock - Vertigo

Vertigem real

A música, o roteiro e o enredo são as melhores coisas sobre Vertigo, sem dúvida. Uma adaptação de um clássico por uma lenda como Alfred Hitchcock não é fácil, mas foi alcançada. A trilha sonora vai se sentir como outro personagem principal do jogo e transmitirá totalmente o suspense e a tensão para você.

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Vertigo alterna entre diferentes histórias e personagens. Ele tenta abordar as diferentes perspectivas da investigação a partir de ângulos únicos, para que possamos tirar nossas próprias conclusões. As decisões são um tema recorrente ao longo da aventura, com decisões tendo que ser tomadas em aspectos que à primeira vista parecem triviais, bem como outros de importância crucial. O problema é se certas decisões realmente têm peso no resultado final, ou se são simplesmente dinâmicas de jogo introduzidas para nos manter ocupados e estender a experiência.

O mesmo se aplica a cenas de ação cinematográficas, como abrir uma porta movendo uma vara analógica ou pressionando um botão. No início você faz isso a toda velocidade, porque você não espera, mas logo percebe que não faz muita diferença se você executar a ação ou não. Se você não fizer isso, o personagem simplesmente permanecerá estático esperando por você para fazê-lo. Neste caso, eu me pergunto, é realmente necessário introduzir mecânicas que não influenciam o resultado da narrativa?

Este é provavelmente o aspecto mais negativo do jogo. A edição que testei é a lançada no Nintendo Switch em 27 de setembro (sua primeira edição foi para PC no final de 2021). Embora eu tivesse grandes esperanças para ele, deve-se notar que ele não foi bem implementado no console de jogos da Nintendo. O jogo sofre de problemas de textura ao longo da aventura, desde problemas relacionados a sombras até agitação devido a polígonos não se alinhando corretamente. Isso acontece especialmente em cenários de nível aberto, e é mais perceptível em superfícies que estão em segundo plano. Ele também sofre de quedas na taxa de atualização de imagens, especialmente em telas de carregamento.

Alfred Hitchcock - Vertigo

Jogo de aventura ou romance visual altamente interativo?

É uma pergunta muito boa, e minha resposta é que Vertigo não é um jogo de aventura, mas sim um romance visual com muita interação. Assim que você entender isso, você vai gostar muito mais do jogo. Não há quebra-cabeças à moda antiga, mas sim conjuntos de decisões e ações que o levarão por um caminho ou outro. Essa ideia é ótima, mas o componente "desafio" é removido da equação. Isso o torna muito mais acessível, mas para algumas pessoas também pode ser sinônimo de chato. Quebra-cabeças como os de Hollywood Monsters, do mesmo desenvolvedor, estão faltando.

A cereja do bolo é, sem dúvida, o trabalho da equipe de dublagem, que entrega uma performance magistral para todos os personagens. Resumindo, para um jogo chamado Alfred Hitchcock - Vertigo, o roteiro e a narrativa certamente estão à sua totalidade, mas não na obra de arte, que, com exceção das cenas mais emblemáticas, é bastante linear.

Alfred Hitchcock - Vertigo
06 Gamereactor Portugal
6 / 10
+
O enredo é envolvente e vai mantê-lo à beira do seu assento durante toda a aventura.
-
A arte não é nada nova, e não está no mesmo nível dos títulos anteriores do desenvolvedor. O desempenho sofre muito no Nintendo Switch.
overall score
Esta é a média do GR para este jogo. Qual é a tua nota? A média é obtida através de todas as pontuações diferentes (repetidas não contam) da rede Gamereactor

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